Mistério sobre o último par de sapatos de Hayan Rúbia, na verdade um coturno. |
“A Gata de Botas”, disse o poeta gaúcho Pedro Júnior da Fontoura, em tom de ironia, quando entregou à nossa equipe de pesquisa aquele que teria sido o último par de botas de Hayan Rúbia. Especulamos durante horas, mas as informações sempre confusas apontam para o Uruguai no ano de 1995. Pedro conta que esteve num encontro de pajadores, na cidade de Montevidéu e que teria ouvido falar de Hayan Rúbia por lá.
Segundo Pedro júnior um poeta uruguaio que não se identificou, pediu a ele que guardasse as botas de sua namorada brasileira e que, se fosse para Belo Horizonte, MG algum dia, que o entregasse somente a ela e que não se preocupasse pois ela saberia reconhecer a mensagem.
Pedro nunca foi a BH, pelo menos, não com a intenção de entregar seja o que for para a nobre poeta mineira, mas confessou ter lembrado dela quando esteve em Nova Prata, em 1991, no Primeiro Congresso Brasileiro de Poesia.
- Como você pode afirmar que a conheceu?
Pedro Jr. afirma ter conhecido Hayan Rúbia em Nova Prata/RS por volta de 1991. |
Perguntamos enquanto saboreávamos um delicioso churrasco no galpão do querido poeta da cidade de Bento Gonçalves / RS e ele simplesmente nos disse num tom profundamente misterioso:
- Qualquer vivente seria capaz de reconhecer aquela prenda!
Ficamos interessados no assunto mas Pedro voltou a falar das botas de hayan rúbia enquanto preparava um chimarrão especial para as visitas. Como somos de outra região do Brasil, estranhamos aquele hábito dos gaúchos mas resolvemos experimentar a erva. Desceu muito bem, melhor ainda com a nova leva de nacos de perna de carneiro servido com vinagrete.
Pedro mudava de assunto o tempo todo e nos apresentou um músico de Passo Fundo/RS chamado Ricardo Pacheco, este, evitou o tempo todo falar de Hayan Rúbia, mas cantava canções profundamente melancólicas e em espanhol, dedilhando seu violão a cada vez que ouvia o nome da poeta. Todos nós achamos a situação bastante interessante mas nem Pedro e nem Ricardo foram além, naquela conversa, mudaram de assunto para falar de música, literatura e filosofar um pouco sobre a geração dos novos poetas regionalistas que estão surgindo no Rio Grande do Sul.
Ricardo Pacheco, não disse uma única palavra sobre Hayan Rúbia. |
Uma sensação de Vazio.
Quando saímos, uma surpresa, Pedro colocou em nossas mãos as botas de Hayan Rúbia e desejou sorte em nossa pesquisa. Disse que estava escrevendo um livro de memórias e que talvez revelasse, em seu livro algumas “cositas mais” sobre a poeta mineira, nos olhou com um tom bonachão e deu seu aval para esta matéria. Mas não estamos satisfeitos. Tem muito caroço nesse angu, ou melhor falando, tem muita água nessa cuia...