Um depoimento de José Facury, onde tudo parace se encaixar. |
Uma das poucas pessoas que conheceu Hayan Rubia pessoalmente, José Facury, um importante cenógrafo e diretor de teatro do Rio de Janeiro, explica que não levava muita fé no talento dela, mas que, por ter o hábito de prestigiar as pessoas que freqüentaram suas aulas e laboratório nos anos 80 ele decidiu ver algumas performances, ler poemas conhecer um pouco da trajetória da artista. “Eu não dava muita importância para o trabalho dela na época, afinal de contas eram tantas pessoas e a gente tinha um pique de produção constante, as relações não eram tão pessoais a não ser, claro, com a galera grávida, sabe como é ... as crianças estavam nascendo naquela época, por isso o nome do grupo “Creche na Coxia”! Declarou.
No entanto ele afirma que o estrelato era inevitável na vida de Hayan Rúbia, havia algo de trágico e profundo em suas performances. “Na verdade ela estava partindo para um linguagem que, constatou-se mais tarde, ia mais para o campo da poesia experimental, da linguagem conceitual que misturava um pouco de tudo. Em síntese, Hayan Rúbia era uma espécie de discípula de Laurie Anderson e tinha um “Q” meio Grace Jones”. Durante pausa para um cafesinho, enquanto gravava cenas da novela Cidade Jardim (José Facury é também ator) ele acabou abrindo o jogo. “Eu tenho a impressão que as características físicas dela foram mudando e ela se tornou um ser meio andrógino, mas não quero fazer afirmações, estou apenas especulando”. Depois, com um leve sentimento de culpa confessou: “Eu fiquei sabendo da morte dela por volta de 2002, só então me dei conta de que haviam se passado 6 anos e ninguém mais comentava do paradeiro dela. Foi uma triste perda”.
Guilherme Guaral, o diretor da novela Cidade Jardim, a primeira novela feita no interior do estado do Rio de Janeiro chama Facury, meio apressado, interrompendo nossa entrevista. O próprio Guaral declara ter algo a dizer sobre "ela" mas no momento precisa liberar o set.
Veja depoimento gravado
Para conhecer mais sobre José Facuri entre no site: http://www.josefacury.com.br/
claro. quem mais poderia ter conhecido , se não o benemérito Diretor de todos os palco?? quem??
ResponderExcluirabraços desde Tierra del Fuego!
pena nao té-la conhecido antes, grande mulher e artista.
ResponderExcluirEra tudo que se podia pensar de uma mulher. Secava-a completamente, mas ela só admitia que eu a admirasse. Tive sonhos eróticos recheados dos seus poemas concretistas, mas tudo era muito inalcansável.Só se abria para mim como atriz. Aí, ela se escancarava podia até comê-la ali durante um laboratório. E como tive vontade! Mas a ética...Passado a exercício ela me tinha como um gurú, um mestre, um não sei mais o quê...Que pena!Eu não queria ser nada daquilo, para a apenas sugar-lhe toda.
ResponderExcluirmaravilha de blog, a última vez qaue acho que vi a Hayan foi em Belo Horizonte em 1989, ela estava pesquisando na Biblioteca Municipal, depois fomos tomar um chop no Clube da Esquina, onde nos reunimos com Márcio de Almeida, Adão Ventura, Wilmar Silva, Babilack Bah, Ana Gusmão, Haroldo Pereira e Guilherme Rodrigues. No outro dia demos uma esticada a Montes Claros para o PSIU POÉTICO e lá ela desapareceu nas águas do rio São Francisco.
ResponderExcluirartur gomes
Caramba... Pelo visto Facury, nossas têmporas embranqueceram, mas continuo sendo sua aluna invisível. Vejo que ainda tem em sua memória alguns passos da Hayan. Porém, a mim nem cita. Seria ainda, em 2011, resquícios daquela sua mágoa do que vivi com ela e vc não? Não que eu precise ou queira, entenda-me, só acho estranho que essa mágoa tenha sobrevivido ao longo desses anos.
ResponderExcluirBjos dessa sua "Aluna Invisível".